O Vodafone Rally de Portugal teve a sua base na Exponor, em Matosinhos. Foi aqui que, por força da configuração das provas do Mundial de ralis, se instituiu que as equipas de assistência com os mecânicos ficavam sedeadas durante os quatro dias de prova. Mas quando o rali tem de se deslocar para zonas mais distantes da base, isso significa que a organização do evento tem de prever um espaço e um horário no desenrolar do programa, para aquilo a que se chama “assistência remota”. Foi o que aconteceu, uma vez mais este ano, em Arganil.
A meio do segundo dia de prova, no final da primeira passagem pelos três troços de Lousã, Góis e Arganil, todas as equipas podiam parar no centro de Arganil para fazerem uma breve revisão aos carros, trocarem de pneus e reabastecer. Tudo apenas com a ajuda de dois mêcânicos. Isto, só por si, significou que os pilotos tivessem de fazer uma boa parte do trabalho de assistência, sabendo mais ou menos de mecânica…
Nas boxes improvisadas no parque de estacionamento de Arganil onde foi montada a assistência, apenas um macaco hidráulico para ajudar a levantar o carro, pneus novos e pouco mais esperavam os pilotos. Qualquer outro material de substituição, como tirantes de direção, rótulas ou outros componentes que não pesassem muito eram transportados dentro do carro de prova, junto com uma pequena mala de ferramentas. Como o dia era longo, com oito troços bem demolidores para cumprir, era necessário prevenir para poder remediar qualquer imponderável.
Em Arganil, todos os pilotos e navegadores acabaram por vestir o papel de mecânico dentro dos 15 minutos permitidos pela organização, por isso, foi grande a azáfama. Enquanto uns mudavam as rodas, outros, por exemplo, detiveram-se a subir a altura do carro ao chão para poderem passar melhor na segunda volta pelos troços de Lousã, Góis e Arganil com regos mais profundos. Subir a suspensão entre 5 e 10 mm foi o que fizeram, rodando a porca que sustém a mola na parte inferior, entre 2 a 3 voltas. Um pormenor que exige muita atenção, com os mecânicos a colaborarem com os pilotos, colocando no interior do guarda-lamas umas indicações de (+) e (-) para que os pilotos e navegadores percebam melhor se estão a subir ou baixar o carro.