Ott Tänak e a Toyota foram as grandes figuras, esta sexta-feira, do primeiro dia do Vodafone Rally de Portugal, deixando para trás uma concorrência que não foi capaz de reagir ao mesmo nível em jornada de altas temperaturas, tornando ainda mais exigentes as classificativas da região Centro do país. É que o piloto estónio da equipa do construtor nipónico esteve uns bons furos acima dos adversários, para desfazer a teoria da desvantagem de que os primeiros pilotos nas classificativas lutam com falta de aderência… ao limpar o revestimento da estrada para os restantes. Tänak, segundo na estrada atrás de Sébastien Ogier e à frente de Thierry Neuville, provou que atravessa um bom momento e com um carro tão equilibrado como é agora o Toyota Yaris consegue rivalizar com qualquer um. Na primeira ronda do dia apenas foi “importunado” por Sordo (10º na estrada) uma vez, quando o espanhol se tornou no primeiro líder da prova, o que diz bem da sua elevadíssima performance em tais circunstâncias. E a meio da manhã o “síndrome do combustível” – problema não especificado pela equipa no sistema de alimentação do motor dos i20 – que colheu de surpresa as hostes da Hyundai deixou, definitivamente, Sébastien Loeb e Dani Sordo fora de jogo na discussão da vitória.
A meio do dia, os pilotos do Norte da Europa, e todos a acelerar pela mesma equipa [Toyota], reinavam no dia tórrido que assinalou o regresso do Rally às classificativas da Lousã, Góis e Arganil. Com as aspirações da Hyundai centralizadas em Thierry Neuville, pelo lado da Ford e da Citroën as coisas também não correram a 100%, especialmente em relação à primeira. É que enquanto Sébastien Ogier procurava minimizar os prejuízos de ser o primeiro na estrada, acumulando 24.2 segundos de atraso para Tänak ao longo do dia, um furo atirou o seu colega Esapekka Lappi bem mais para trás. Mas a Ford tinha ainda maiores razões de queixa. A sorte não quis nada com a equipa liderada por Malcolm Wilson, pois se o finlandês Teemu Suninen e o galês Elfyn Evans, por esta ordem, andavam pelo “top 5”, numa assentada viram-se afastados dos primeiros lugares. Primeiro foi Evans que perdeu 4 minutos quando, inadvertidamente, em Góis 2 o navegador Scott Martin desligou uma ficha localizada junto aos seus pés no habitáculo do Fiesta. Depois, Suninen, então terceiro classificado, viu-se subitamente sem travões em Arganil 2.
Tänak, Latvala, Meeke, Neuville e Ogier são, a partir de agora e separados por um máximo de 25 segundos, os candidatos à discussão da vitória, que deve ficar alinhavada por um deles ao longo deste dia de sábado, com a dupla passagem pelos troços de Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Amarante. Já no fecho da jornada de hoje, em Lousada, mais de 30 mil espetadores vibraram na super-especial ganha por Neuville.
No WRC2Pro a Skoda, na estreia do novo Fabia, exerceu um domínio absoluto, com os seus dois pilotos a terminarem este primeiro dia separados por 5 segundos, com a primazia de Jan Kopecky face a Kalle Rovanperä.
O norueguês Ole Veiby (VW Polo) não deixou créditos por mãos alheias na classe WRC2, ao conseguir ganhar 25,2s ao russo Nikolay Gryazin (Skoda Fabia), mas o japonês Takamoto Katsuta (Ford Fiesta), a 41,3s ainda terá uma palavra a dizer na discussão do primeiro lugar.
Entre os pilotos do Campeonato de Portugal de Ralis, Armindo Araújo (Hyundai) manteve-se firme na liderança, com Ricardo Teodósio (Skoda) a 50 segundos e Bruno Magalhães (Hyundai), em terceiro, já a mais de minuto e meio.
O espanhol Lorenzo Berdomás sagrou-se vencedor da terceira prova da Peugeot Rally Cup Ibérica que inclui a primeira etapa deste Vodafone Rally de Portugal. Até à super-especial de Lousada, onde terminou a "guerra" dos Peugeot 208 R2, houve um grande equilíbrio de andamentos e Berdomás garantiu o triunfo por uma margem de 4.1 segundos. Na terceira posição terminou outro piloto espanhol, Josep Bassas, a 35.2 do vencedor.