Agora é tempo de os pilotos definirem estratégias para a primeira etapa, começando pela escolha de pneus, e as dúvidas entre duros ou macios.
Terminaram, ao fim da tarde desta quarta feira, os reconhecimentos do Vodafone Rally de Portugal 2019, que decorreram desde o dia anterior sob calor intenso, tudo indicando que o mercúrio dos termómetros suba ainda mais no decurso das três etapas [sexta, sábado e domingo]. “Com tanto calor e com pisos que alternam entre terra solta e algumas pedras, a escolha dos pneus pode vir a ser muito interessante”, vaticina Elfyn Evans, piloto da equipa M-Sport Ford World Rally Team, enquanto Ott Tänak, que com o Toyota Yaris é um dos mais fortes candidatos à vitória, recorda, também, a propósito, a necessidade de fazer uma boa gestão da prova, conjugando todos os fatores: “Há troços, Arganil e não só que, por serem mais demolidores para a mecânica, nos obrigam a outro ritmo para conseguirmos ‘sobreviver’ e sair de lá”, recordou o estónio.
Nas hostes portuguesas antevê-se uma marcação cerrada entre os candidatos ao título do CPR (Campeonato de Portugal de Ralis). O atual líder do Campeonato, Ricardo Teodósio, considerou as classificativas bastante duras, explicando: “Arranjaram as estradas dois dias antes e agora já estão todas estragadas. Os troços de Fafe é que estão melhor, tal como Vieira do Minho, que não foi muito arranjado. Nos outros é só buracos, pedras e pó. Espero, sinceramente, que não surjam problemas durante a prova por causa do pó.” Em relação à estratégia a seguir, o piloto algarvio do Skoda confessou: “Vai ser um Rally muito duro e só penso em terminá-lo entre os três primeiros lugares do CPR. Tentarei andar rápido, mas com juízo. Quanto ao resto, logo se verá…”
Miguel Barbosa, o mais direto opositor de Teodósio na tabela classificativa do Campeonato – Ricardo Moura ainda é segundo, mas não disputará a totalidade das provas do calendário – ficou agradado com o que viu nos reconhecimentos. “Eu já conhecia a maior parte das classificativas, como as de sábado e de domingo, de que gosto bastante, mas também fiquei agradado com as novas, da zona de Arganil, bem como o cenário da partida de Coimbra. É bom variar e tenho a certeza de que vai ser um Rally muito interessante”. O piloto do Skoda Fabia alinhará com um pensamento específico: “Tentarei, como faço em todas as provas, lutar pela vitória no CPR. Essa é a grande prioridade e o nosso foco. Depois verei onde nos situamos e admito continuar até ao fim, sonhando ser o piloto português melhor classificado.”
De volta ao CPR, Bruno Magalhães, que vai estrear-se a correr o Vodafone Rally de Portugal nas regiões Centro e Norte do país, gostou das classificativas, mas terá ficado algo apreensivo: “O nosso grande desafio, quanto a mim, será acertar na escolha dos pneus, dadas as caraterísticas dos pisos, pouco distintos, e o forte calor que se adivinha nos próximos dias. O troço de Cabeceiras está bastante duro e os de Arganil, com as duas passagens, também vão ficar demolidores. O espírito é positivo, mas confesso que uma boa escolha de pneus vai decidir muita coisa.” À semelhança de Teodósio e de Barbosa, o piloto da Hyundai aposta tudo no CPR. “A minha prioridade máxima é lutar pela vitória no CPR neste Rally. Espero surgir mais competitivo e dar um passo em frente, no seguimento do trabalho desenvolvido. Se estivermos bem classificados ao fim da manhã de sábado, a ideia é fazer o Rally até ao fim.”