O pentacampeão Sébastien Ogier é o principal favorito a eclipsar o célebre finlandês Markku Alen como recordista de vitórias (5) em território português e reforçar a sua liderança no Mundial de Pilotos no 52ª Vodafone Rally de Portugal, cujo início será esta quinta-feira, na espetacular super-especial de Lousada.
Nada menos que 40 WRC figuram numa impressionante lista de inscritos (88) para as 20 classificativas do evento que terminará no domingo, com a tradicional Power Stage na famosa especial de Fafe.
Se é verdade que o piloto francês do M-Sport Ford Rally Team já venceu por três vezes esta temporada (Monte Carlo, México e Córsega), ficou, contudo, provado tanto na Suécia como na Argentina que não é infalível. Ogier soma um fantástico recorde nas estradas de terra portuguesas, ao conseguir o degrau mais alto do pódio em 2010, 2011, 2013, 2014 e 2017. No ano passado ofereceu à Ford a sua primeira vitória na prova desde 2012.
Mas a marca do oval azul não conta apenas com a estrela francesa e os seus colegas Elfyn Evans e Teemu Suninen também ambicionam a obtenção de bons resultados. Depois do triunfo em Gales no Outono passado, Evans conquistou apenas modestos pontos em três ralis esta temporada. E o jovem talentoso finlandês Suninen regista um pecúlio de somente 6 pontos no somatório das provas anteriores.
O Hyundai Shell Mobis World Rally Team lidera o Campeonato de Construtores, com 15 pontos de vantagem face à M-Sport Ford World Rally Team, com a Toyota Gazoo Racing em terceiro lugar e a Citroen Total Abu Dhabi World Rally Team já a grande distância, em quarto.
O belga Thierry Neuville é, talvez, o melhor colocado para conquistar este ano o título de pilotos. À partida da prova portuguesa ele soma uma desvantagem de 10 pontos face a Ogier e, tal como os seus colegas Andreas Mikkelsen e Dani Sordo, está consciente da importância de somar o maior número pontos no final do rali, este próximo domingo.
Hayden Paddon regressa à equipa da Hyundai para guiar o quarto i20 WRC, depois das recentes ausências no México, na Córsega e na Argentina. Também substitui Sordo como terceiro piloto designado para somar pontos. O neozelandês chegará com uma boa embalagem, depois de ter ganho recentemente, no seu país, os Ralis de Otago e Whangerei que precederam uma sessão de dois dias de testes.
“Não tenho ilusões, porque o WRC é muito diferente, uma verdadeira elite, e depois de três meses afastado tenho uma desvantagem que terei de anular rapidamente”, admite Paddon.
Em rápido progresso continua a Toyota GAZOO e num curto espaço de tempo o estónio Ott Tanak tornou-se na referência da equipa comandada por Tommi Makinen, ele próprio um antigo vencedor, em 1997 e em 2001, do Rali de Portugal. O jovem piloto triunfou no recente Rali da Argentina – terceira vitória no WRC – e os segundos lugares em Monte Carlo e na Córsega permitem-lhe ser agora terceiro no campeonato.
“Portugal sempre foi um dos meus ralis favoritos”, refere Tanak. “Aqui há uma grande atmosfera e foi também o lugar onde para mim começou o WRC, em 2009. Penso que a sexta-feira será um dia crítico, devido à minha posição na estrada. Terei dois carros a partir à frente e, portanto, há trajetórias a seguir”.
Cheio de confiança, Tanak tem o apoio dos colegas finlandeses Jari-Matti Latvala (vencedor em 2015) e Esapekka Lappi para este grande desafio do construtor japonês num rali cuja última vitória foi alcançada pelo francês Didier Auriol, em 2012, ao volante do Toyota Corolla WRC.
Latvala confessa: “Acredito que o nosso carro voltará a ser forte em Portugal. Trata-se de um rali algo semelhante ao da Argentina, mas as superfícies são mais macias e as estradas um pouco mais fluídas. Fizemos dois dias de testes na última semana e tive comigo o nosso piloto de ensaios Juho Hanninen. Trabalhámos juntos para definir a melhor afinação do carro”.
O Citroen Total Abu Dhabi World Rally Team vai alterar de novo o seu “plantel” esta época e o nove vezes campeão Sébastien Loeb deixa a equipa, depois de duas participações consecutivas (México e Córsega), que volta a ter como referência o irlandês Kris Meeke. Os melhores resultados até ao momento são o terceiro lugar de Meeke no México e o segundo de Craig Breen na Suécia.
Recorde-se que no México Loeb esteve na frente durante bastante tempo até se atrasar na sequência de um furo e na Córsega desistiu devido a um despiste algo incaraterístico. Breen bateu forte na Argentina, no último mês, quando estava bem classificado e, deste modo, aumenta a pressão para os dois irlandeses, face à necessidade de somar pontos para a Citroen na prova portuguesa, em que contam com o apoio do norueguês Mads Ostberg, vencedor do rali em 2012. Este último guiará o terceiro C3 WRC e a equipa francesa espera beneficiar, em termos de performance, da nova evolução do eixo traseiro que foi homologada antes do Rali da Argentina.
Ostberg afirma: “Estou radiante com o regresso à equipa depois de ter competido a última vez na Suécia, o que me parece ter sido há anos... Precisarei de algum tempo para entrar no ritmo. Tive uma sessão de testes muito boa com o C3 WRC antes da Argentina. Portugal é um evento especial para mim, porque foi palco da minha única vitória no WRC, quando a prova decorria no Algarve”.
O saudita Yazeed Al-Rajhi guiará o último dos World Rally Cars – o Ford Fiesta WRC –, tendo como navegador Michael Orr.
O Vodafone Rally de Portugal começa em Guimarães, junto ao castelo da cidade, esta quinta-feira, com a classificativa de abertura a decorrer na pista de Lousada, pelas 19h03.
Na sexta-feira será o primeiro dia de troços de terra, na zona Norte, junto a Espanha, com três “especiais” percorridas duas vezes, no distrito de Viana do Castelo, terminando o dia com duas classificativas no centro da cidade do Porto.