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Sérgio Paiva: “Agora, os navegadores têm a vida mais fácil”

02 junho 2022

Com 323 ralis feitos em Portugal sentado no banco do lado direito e dois títulos de campeão nacional de ralis como navegador de Pedro Matos Chaves, Sérgio Paiva foi uma vez mais espectador atento do Vodafone Rally de Portugal. Mas por breves instantes, também vestiu o fato de competição para voltar a ser co-piloto num dos históricos Lancia Delta de ralis, nas comemorações dos 50 anos do WRC.

Em 1979 quando fez o seu primeiro Rali de Portugal ao lado de Fernando Bernardes, num Opel Kadett GTE, o reconhecimento dos troços era muito diferente do que se faz hoje em dia…

“Antigamente, íamos para a estrada e tirávamos as notas de andamento sem quaisquer tipo de recursos ou ajudas, o que não acontece atualmente. Hoje, com a quantidade de videos e mapas digitais que os navegadores e os pilotos têm à sua disposição, tudo fica mais fácil. Eles têm vídeos que podem ver antes de irem para os reconhecimentos dos troços e depois, quando os estão a fazer também utilizam mais câmaras para terem a certeza das notas que escrevem no caderno.”

Ainda assim, apesar de todas estas facilidades, os reconhecimentos da prova têm de ser feitos com muito cuidado, relembra Sérgio Paiva:

“Com apenas duas passagens, há coisas que não se conseguem perceber e no meu entender, é por isso que acontecem alguns acidentes, ou furos, porque nessas duas passagens não se detetam pequenos pormenores que podem ditar o resultado final. A meu ver, em vez de duas, deveriam ser permitidas três passagens de reconhecimento. A primeira para tirar notas; a segunda para corrigir, e a terceira para ver os tais pormenores, como pedras escondidas, buracos, valas, ou raízes de árvores.”

Para este experiente navegador, as três passagens de reconhecimento da prova só teriam vantagens para as equipas e as organizações… “porque os pilotos correriam menos riscos de uma possível desistência devido a um toque que poderia ser evitado se o conhecimento do terreno fosse maior, e as organizações beneficiariam com o aumento da segurança e do espetáculo, porque as equipas teriam mais condições para continuar em prova”.

Quanto à competição e a forma como correu mais um Vodafone Rally de Portugal, Sérgio Paiva aplaude… “como quase todos os pilotos”, para logo de seguida acrescentar: “de início ainda se queixaram do pó, mas depois, acabámos por ver como se mostraram satisfeitos pela maneira como tudo correu. E a verdade é só uma, o rali foi espetacular, tal como os novos carros que têm, acima de tudo, umas suspensões magníficas. Eles passam pelos saltos como se nada fosse, aterram e continuam sem qualquer correção de volante ou atenção redobrada por parte do piloto porque o carro continua a saltar.”

E em conclusão… “adorava fazer, nem que fossem apenas cinco quilómetros, num carro destes (risos).”

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