Mal terminou a edição 2022 do Vodafone Rally de Portugal, os quatro Yaris Rally1 da Toyota GR WRC sairam da Exponor em Matosinhos e rumaram até Vila Nova de Gaia e às instalações do departamento de competição da Salvador Caetano.
Um caminho já conhecido por alguns, desde 2021, mas por outros, com muitos anos. Principalmente, desde que no longínquo 1973, o sueco Ove Andersson chegou ao nosso país para disputar o Rali Internacional TAP com um Toyota Celica e pediu ajuda ao importador da marca japonesa para assistir o seu carro.
Desde aí, a Toyota sempre teve uma especial deferência para com o Engº Salvador Caetano e a empresa que trazia os carros nipónicos para Portugal. Uma ligação que se fortaleceu com o passar dos anos e que ainda hoje, como foi exemplo este último Vodafone Rally de Portugal, permite à equipa que lidera o WRC dispôr de facilidades para levar a cabo a sua tarefa na prova portuguesa.
“O ano passado disponibilizámos as nossas instalações para eles trabalharem”, explica João Ramos, o representante para Portugal da Toyota Gazoo Racing e concorrente ao Campeonato de Portugal de Todo o Terreno com uma Toyota Hilux T1. “Este ano não foi excepção e para além de cedermos o espaço para eles trabalharem antes e depois da prova, também colaborámos, como sempre, ao nível da logística criando condições para que a tarefa deles fosse a melhor possível.”
E se o resultado final com os dois primeiros lugares do Vodafone Rally de Portugal a pertencerem à Toyota, revela que melhor só mesmo ver três dos quatro Yaris terminarem nos três lugares do pódio – como esteve quase a verificar-se até ao último troço – a verdade é que tal só aconteceu por causa de um trabalho meticuloso de preparação na oficina, antes da partida…
“Foi o que pudemos ver agora, depois do Rali de Portugal e como antevisão do Rali da Sardenha. Eles não deixaram nada ao acaso. Aliás, não facilitam nada e quem está de fora, como nós, na Salvador Caetano, a ver o que fazem percebe de imediato que o Mundial de ralis é outro campeonato. Mal os carros chegaram à oficina após terminarem o Rali de Portugal retiraram tudo e refizeram praticamente os carros todos. Para cúmulo do trabalho que fazem, basta dizer que até os pára-brisas dos carros substituiram, coisa que, por exemplo, na minha Hilux do TT não faço, a menos que haja um sinal de que possa vir a quebrar. Eles trocam tudo por prevenção.”
Durante quatro dias, a movimentação nas oficinas do departamento de competição da Salvador Caetano foi enorme… “havia gente por todo o lado. O orçamento para colocar aquela equipa de mecânicos a funcionar fica mais caro do que toda a minha época de TT… (risos)”, conclui João Ramos, em jeito de brincadeira.