CFILogin.resx
Monsieur-Loeb

"Monsieur" Loeb: O que poderá fazer em Portugal?

13 maio 2022

No dia em que Kalle Rovanperä nasceu, a 1 de outubro de 2000, um promissor francês de 26 anos fazia a sua estreia absoluta ao volante de um WRC, na Córsega. O círculo completa-se no Vodafone Rally de Portugal, onde Sébastien Loeb quer (voltar a) provar que o seu talento… é eterno.

Quando Sébastien Loeb levou um Toyota Corolla WRC ao 9.º lugar da Volta a Córsega de 2000, já tinha há muito decidido que o seu futuro não passaria pela ginástica ou por uma carreira como eletricista. O talento natural do alsaciano já o tinha levado a ganhar o campeonato francês de terra e colocou-o no topo das prioridades da Citroën Sport em 2001, como novo campeão do Mundo Júnior. O resto… é História.

Nove títulos mundiais do WRC, 80 vitórias em provas do escalão principal, 120 pódios e inúmeros recordes, o último, o de piloto mais velho a ganhar uma prova do WRC, com 47 anos, em Monte Carlo… quando um furo de Sébastien Ogier, no penúltimo troço, estendeu a passadeira vermelha para mais um feito único de Sébastien Loeb, a lenda. Um estatuto lendário reforçado pela quantidade de palcos e categorias onde Loeb já provou o seu talento estratosférico. Há duas semanas esteve em Portimão para uma estreia respeitável entre as feras do DTM, ao volante de um Ferrari 488 GT3 Evo. Antes disso, tinha sido o Ralicross, o WTCC, o Dakar, as 24 Horas de Le Mans, a Porsche Supercup, o FIA GT, o Troféu Andros ou o Extreme E, só para citar alguns.

Descer à terra

É bem possível que Loeb aterre, em Portugal, aos comandos do seu próprio helicóptero, determinado, como é hábito, a redefinir as fronteiras do possível. A tarefa não será fácil… nada que se compare a Monte Carlo, um terreno onde os dois Sébastien são, mesmo em part-time, de outro planeta. Loeb, por exemplo, só fez o Vodafone Rally de Portugal no Norte e Centro do país uma única vez, em 2019 (desistência). A sua navegadora, Isabelle Galmiche, que até Monte Carlo era uma semi-anónima professora de Matemática, nunca correu nestes troços. As duas vitórias de Loeb em solo português remontam a 2007 e 2009, no Algarve. O último rali de terra do alsaciano foi na Turquia, em 2020. O próprio Ogier já disse que não será fácil aos dois franceses entrarem na luta pela vitória em Portugal… mas com Ogier e Loeb, a equação está sempre em aberto. Sobretudo porque serão, respetivamente, o oitavo e o quarto na estrada.

E Loeb até pode rapidamente converter-se no ‘ponta de lança’ da M-Sport Ford. Craig Breen já não corre em Portugal desde 2018 e ainda procura a afirmação definitiva como potencial vencedor no WRC. Gus Greensmith ainda sonha com o primeiro pódio no escalão principal e Adrien Formaux está ‘preso por arames’ na estrutura de Malcolm Wilson, depois dos despistes em Monte Carlo e na Croácia. Se o Puma Rally1 confirmar na terra os indícios promissores do arranque de época, é provável que a classe de ‘Monsieur’ Loeb faça o resto…

scroll up