O ex-navegador de Ari Vatanen e fundador da Prodrive admitiu que guarda memórias especiais das suas passagens pelo Rally de Portugal… principalmente de um restaurante de peixe no Porto.
David Richards é uma das figuras incontornáveis do automobilismo mundial. Depois de ter navegado nomes como Ari Vatanen no Mundial de Ralis – produzindo, inclusive, o mais famoso ‘Dear God!’ da história do YouTube -, o britânico fundou a Prodrive em 1984 e desde então passou por alguns dos principais palcos do desporto automóvel, do WRC à Fórmula 1, do Dakar ao Ralicross e à Extreme E.
Curiosamente, Richards nunca foi muito feliz em Portugal ao lado de Vatanen e na passagem pela Exponor, este ano, autografou a célebre fotografia do despiste com o finlandês em 1980, que mostra o Ford Escort RS 1800 no meio das árvores. Mais tarde, já como diretor da Prodrive, ganhou o Rally de Portugal com Carlos Sainz (1995), Colin McRae (1998) e Richard Burns (2000), todos com a Subaru. “Às vezes não é fácil recordar com exatidão cada um desses momentos, mas há coisas de que nunca me esqueço sobre Portugal”, admitiu na Exponor, antes de se juntar a outras lendas, como Walter Röhrl e Michèle Mouton. “Lembro-me do ambiente do rali ao longo dos anos, da paixão das pessoas por este desporto. Curiosamente, quando aterrámos no Porto este ano virei-me para a minha mulher e disse-lhe que uma das memórias mais fortes que tenho de Portugal é acabar o rali nos anos 80 e ir a um restaurante de peixe, no Porto. Ninguém falava inglês, exceto um pequeno rapaz que tentava traduzir ao resto da família tudo o que dizíamos. Foi divinal! Uma das memórias fortes que guardo é esse pequeno restaurante familiar e esse rapaz. São momentos que só os ralis nos trazem.”
O britânico também vê com bons olhos o protagonismo assumido por Kalle Rovanperä no atual WRC. “Isso é muito positivo para os ralis. Não é bom termos um desporto que envelhece a cada ano, vejo isso a acontecer noutras categorias do automobilismo. Agora temos um jovem piloto de 20 anos a ganhar ralis e a liderar o Mundial. É disto que precisamos!”, apontou.