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Ernesto Cunha: “Duas rodas motrizes são uma boa experiência”

10 junho 2022

Ernesto Cunha venceu a categoria destinada aos carros de 2 Rodas Motrizes no Vodafone Rally de Portugal e com esse triunfo reforçou a liderança da competição, chegando ao fim das primeiras quatro provas de terra, com três vitórias e um segundo lugar.

É com este balanço extremamente positivo que o piloto da Marinha Grande enfrenta agora a segunda metade do campeonato, e os pisos de asfalto, com o Peugeot 208 Rally 4 assistido pela equipa The Racing Factory.

Questionado qual o tipo de terreno que mais prefere, Ernesto Cunha não tem dúvidas… “Os dois!” (risos)

“Apesar de ter andado mais nos pisos de asfalto do que nos de terra, sinto-me bem nos dois tipos de terreno. A terra perdoa mais os erros de condução, ao passo que no asfalto, é importante ser mais preciso ao volante do 208 e talvez daí a adrenalina seja também maior, mas isso não significa que haja maior preferência por um do que pelo outro.”

No entanto, as exigências do Vodafone Rally de Portugal puseram à prova as capacidades de pilotagem de um carro nitidamente inferior aos carros de tração integral, como os muitos WRC2 que alinharam no evento, mas sobretudo, os mais potentes WRC Rally1.

“Foi, realmente, muito complicado fazer esta prova, ainda por cima, porque no único parque de assistência que tivemos no nosso único dia do rali, só tinhamos ajuda de um mecânico para mudar os pneus e pouco mais.” E trabalho foi coisa que não faltou… “principalmente porque furámos três vezes, e duas delas, só no troço de Góis. Depois, acabámos por fazer o resto do rali com um pneu a perder ar e se não fosse a anulação do troço de Mortágua, talvez tivesse sido muito complicado chegar ao fim porque só nos conseguímos manter em prova enchendo o pneu com umas pequenas bombinhas de ar comprimido que levávamos no carro.”

De qualquer forma, apesar de todo o sacríficio para terminar o rali e logo como vencedor da categoria, Ernesto Cunha chegou a casa, uma vez mais, com a certeza que esta competição para os carros de 2 Rodas Motrizes… “é a melhor solução para se começar nos ralis e se aprender bastante. Sobretudo, para se cometerem erros e se amadurecer a condução e atitude a ter nas provas, para que depois, no salto para os carros de quatro rodas motrizes, não se corram tantos riscos que podem pôr em causa qualquer projeto. Um acidente com um carro 4x4 pode custar 100 ou 150 mil euros e isso é o orçamento total para uma época com os 2 Rodas Motrizes. Portanto…” sublinha o líder do campeonato nesta categoria: “é sempre bom passar por esta experiência dos 2RM, porque a evolução sente-se, como eu tenho sentido, desde que comecei a fazer ralis somente há três anos.”

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